domingo, 14 de fevereiro de 2016

Alerta para a utilidade de larvicidas no combate ao mosquito e a segurança dos produtos biológicos

Para o especialista que está há mais de 10 anos à frente de pesquisas sobre larvicidas, 
primeiro é preciso diferenciar os produtos químicos dos biológicos, que não afetam a saúde,
 para não causar insegurança na sociedade.

     Diante da notícia sobre o estudo preliminar dos médicos argentinos, vinculando 
o uso do inseticida químico Pyriproxyfen à má-formação em bebês, o médico, pesquisador 
e professor da PUCRS, Fernando Kreutz, faz um alerta à população sobre os 
diferentes tipos de larvicidas disponíveis para o combate ao Aedes Aegypti.
     ˜É importante esse esclarecimento, pois a noticia associando larvicidas à 
microcefalia pode causar um temor na sociedade sem necessidade, impactando e 
atrasando ainda mais o combate ao mosquito", analisa.
     Para o especialista, que está há mais de 10 anos à frente de pesquisas sobre 
larvicidas, primeiro é preciso diferenciar os produtos químicos, como 
o Pyriproxyfen - piriproxifeno pesticida baseado em piridina, dos produtos biológicos, 
como os que utilizam como principio ativo o BTI - Bacillus thuringiensis 
israelenses, que são totalmente seguros ao seres humanos e ao meio-ambiente, e 
não encontram qualquer similaridade com o Pyriproxyfen.
     Segundo Kreutz, produtos à base de BTI estão no mercado há mais de 50 anos. 
O BTI é reconhecido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pela FAO 
(Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) como um produto 
extremamente seguro. Em uma publicação já em 2009, os dois órgãos internacionais, 
com apoio de pesquisadores de todo o mundo, afirmaram que "o BTi não impõe perigo 
à pessoas através da água potável". Diversos estudos do mundo todo, incluindo o Brasil, 
já demostraram a não toxicidade do produto.
     Kreutz lembra ainda que, recentemente, o Centro de Prevenção e Controle 
de Doenças dos Estados Unidos (CDC) emitiu comunicado indicado o uso de 
agentes à base da bactéria Bacillus Thuringiensis, variedade israelenses (BTI), que são 
os biológicos, para matar e prevenir o desenvolvimento do mosquito no estágio de larva.